Misture uvas brancas com tintas, invista em novas formas de envelhecer vinhos ou até mesmo venda a bebida em lata. Estas têm sido as apostas de vinícolas do Rio Grande do Sul Nos últimos anos.
A intenção é alcançar novos consumidoresprincipalmente os mais jovens, além de destacar questões sociais e sustentáveis nos métodos de produção, tema muito debatido no mundo do vinho.
Ao pensar neste tema, três amigos enólogos decidiram criar um portfólio de vinhos que aposta na criatividade e na “sublime sinergia entre o homem e a natureza”.
Uma das apostas foi misturar duas castas: branco e tinta. O blend foi pioneiro no Brasil e é composto por 92,3% de Merlot e 7,7% de Sauvignon Blanc.
O rótulo recebeu o nome de “Restless” e traz a imagem do matemático e físico Isaac Newton segurando uma maçã, numa tentativa de transmitir todo o cuidado e rigor envolvidos na produção da bebida.
A combinação torna a degustação complexa e intrigante ao harmonizar intensidade, elegância e refrescância a cada gole.
Outra inovação trazida pelos gaúchos da “Garbo Enologia Criativa” foi tentar envelhecendo a bebida em barricas de acáciaárvore típica da vegetação gaúcha. O rótulo recebeu o nome de “Akis”, varietal da uva Riesling Itálico.
“Apostamos na criatividade para fazer os nossos vinhos trazendo novas ideias, mas sem esquecer o rigor e a tradição centenária. As ilustrações servem para expressar nossos conceitos e podem ser entendidas como uma obra de arte pelos consumidores”, comenta o sócio-fundador da Garbo, Andrei Bellé.
A mistura de dois tipos de uva também ganhou as prateleiras dos Vinícola Casa Valduga. A linha “Terroir Exclusivo” mistura Syrah e Viognier, permitindo que a bebida seja complexa, mas fácil de beber.
O corte é comum em países como Argentina e França e é utilizado, principalmente, para acompanhar carnes brancas mais untuosas, queijos de meia idade e charcutaria em geral.
Sem falar nas bolhas, os espumantes também estão aproveitando a onda da inovação. A categoria Sur-lie (sobre as borras) preservou o fermento da segunda fermentação na garrafa e permitiu que uma bebida turva e mais encorpada chegasse aos copos dos consumidores.
Segundo os enólogos, a variedade da bebida tem feito com que mais empresas invistam na variedade e os espumantes estão mais nas mesas com comida e menos nas comemorações, pois estão acostumados a serem consumidos.
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