Presente em quase todo o território nacional, o baquetaque é a rainha das estufas em lanchonetes e padarias, tem origem incerta.
A primeira referência a algo parecido com a nossa coxinha aparece no livro da chef francesa Marie-Antoine Carême, conhecida como “rei dos chefs e chef dos reis”. A publicação de 1844 fala da croquete de frangoum croquete de frango em formato de pêra.
Existem também algumas outras teorias sobre o surgimento da iguaria já em terras brasileiras.
Teorias da Coxinha no Brasil
O pesquisador Câmara Cascudo, em sua obra “Antologia da Alimentação no Brasil”, argumenta que a coxinha surgiu no século XIX, na região da Grande São Paulo, durante a industrialização.
Teria sido criado para ser vendido como um substituto mais barato e durável das tradicionais coxas de frango que eram vendidas nas portas das fábricas.
A teoria mais interessante, mas pouco convincente, é que a coxinha foi criada em Limeira, também no século XIX. Reza a lenda que a nobreza imperial escondeu um menino na Fazenda Morro Azul. Ele seria filho da Princesa Isabel, herdeira do Império do Brasil, e do Conde d’Eu, e seria afastado da corte por ter deficiência intelectual.
Essa criança seria muito “chata” de comer, e só comeria coxa de frango. Um dia, não tendo coxas de frango suficientes para o menino, a cozinheira da fazenda resolveu transformar um frango inteiro em coxas. Ela preparou uma massa de batata, desfiou o frango e recriou uma coxinha de frango. O filho da princesa adorou a iguaria e começou a pedir só a “coxinha de frango”.
O prato ficou famoso e até a Imperatriz Teresa Cristina teria ido a Limeira provar o saboroso prato adorado pelo neto. Ela gostou tanto que pediu que a receita fosse entregue ao mestre da cozinha imperial, no Rio de Janeiro.
Na década de 1970, em Belo Horizonte, o recheio cremoso de requeijão foi incorporado ao saboroso prato, formando a versão atual da nossa típica comida de rua.
Seja em Limeira, no Rio ou em Belo Horizonte, o fato é que deliciosas coxinhas também podem ser encontradas em estabelecimentos espalhados pela capital paranaense.
Abaixo, listo cinco lugares para experimentar excelentes coxinhas em Curitiba.
Lanchonete no Terminal do Carmo
A coxinha da lanchonete do pequeno terminal rodoviário, que tem mais de 30 anos, ficou famosa depois ganhar uma enquete realizado pela Urbanização de Curitiba (Urbs), sendo escolhido, no início de 2023, como o melhor salgadinho dos terminais da capital.
Por ser muito procurado, é frito o tempo todo, sem permanecer muito tempo no forno, garantindo que fique sempre quente e crocante por fora. Tem uma massa macia, boa proporção entre massa e recheio, recheio úmido e bem temperado e muito cream cheese separado do recheio. É grande, quase uma refeição.
Não é necessário entrar no terminal para experimentar a coxinha, pois há entrada pelo lado de fora. Custa R$ 7.
Lanchonete Terminal Carmo: Avenida Marechal Floriano Peixoto, 8430 – Boqueirão, Curitiba – PR / Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 5h às 22h30; Sábados e domingos, das 5h às 21h.
Bee.O Café
O café, inaugurado há alguns meses, tem coxinha empanada na farinha panko, massa de batata bem saborosa e recheio cremoso de frango, com o cream cheese separado do recheio. Tem mais recheio do que massa.
É um pouco menor que o tamanho tradicional, o que nos permite experimentar mais algumas delícias do cardápio. Custa R$ 11.
Bee.O Café: Rua Jacarezinho, 636 – Mercês, Curitiba – PR / Tel.: (41) 3023-4808 (Whatsapp) / Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 11h às 19h; Sábado, das 10h às 16h / Aceita encomendas.
Coxinha do Chris
Autointitulada “a melhor coxinha das galáxias”, contém apenas leite, batata, manteiga, farinha premium, peito de frango, molho italiano, tempero caseiro e farinha panko. A massa contém 80% de batata e a produção é totalmente artesanal, diária e limitada. O requeijão é misturado ao recheio. São muito crocantes porque são empanados com farinha panko.
Como são fritos pouco antes da hora marcada para a recolha, estão sempre quentes. Eles vêm embalados individualmente em um charmoso papel colorido em formato de doce. O de 75 g custa R$ 9 e o de 150 g custa R$ 17.
Coxinha do Chris: somente mediante pedido por Link do WhatsApp.
Padaria Guarani
A tradicional padaria de Curitiba faz uma coxinha em tamanho um pouco maior que o tamanho de festa, mas bem menor que o tamanho tradicional, ótima para devorar às dúzias. É muito bem temperado, com massa macia e bastante frango. Custa R$ 2,75.
Padaria Guarani: Rua Chichorro Júnior, 442 – Cabral, Curitiba – PR / Tel.: (41) 3057-0733 / Horário de funcionamento: todos os dias, das 7h às 21h30 / Aceita pedidos.
Padaria e Confeitaria Jauense
De tamanho um pouco menor, a coxinha Jauense do Água Verde tem uma massa saborosa, recheio um pouco mais seco, mas cheio de requeijão bem cremoso, separado do recheio. Por ter muita saída, fica sempre quentinho e crocante. Custa R$ 9,70.
Padaria e Confeitaria Jauense: Rua Dom Pedro I, 433 – Água Verde, Curitiba – PR / Tel.: (41) 3027-1220; WhatsApp: (41) 9644-9035 / Aberto de segunda a sexta, das 6h30 às 21h30; Sábado e domingo e feriados, das 7h às 21h30 / Aceita encomendas.
*Os textos publicados por Insiders e Colunistas não refletem necessariamente a opinião da CNN Viagem & Gastronomia.
Sobre Caroline Grimm
Curitibana, médica de formação e gastrônoma de coração, Caroline Grimm também é criadora de conteúdo e acumula milhares de seguidores nas redes sociais. Segundo ela mesma, vive para cozinhar, comer, beber e viajar – não necessariamente nessa ordem, mas sempre em busca das melhores experiências.
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