Ela está em todos os lugares: nas fotos dos salões de beleza, nos cartazes dos postes de iluminação e até na rua que leva seu nome. Barbados é o berço da cantora e estrela pop Rihanna e, para os turistas em geral, a celebridade é um ponto de partida para conhecer a ilha e conversar com os moradores locais.
Em 2018, a cantora foi nomeada embaixadora de Barbados. A ilha caribenha, que fica a 460 km da Venezuela, vai além de ser o berço da heroína nacional, pois reúne mar com água azul transparente, areias brancas é intensa cultura do rum.
Situado na parte oriental do Caribe e fora do caminho dos furacões, Barbados é há muito tempo um destino popular para cruzeiros. A boa notícia é que a ilha pode ser aproveitada tanto em um dia quanto em uma viagem prolongada, já que recebe voos diretos do Panamá e de Miami.
Apesar de ter uma estrutura mais simples quando comparada a outros destinos caribenhos voltados ao turismo, a ilha de 266 mil habitantes se destaca pela cultura vibrante, que é melhor sentida no Carnaval local e em seu festival gastronômico. O calor típico também é diferenciado, com temperaturas médias acima 28ºC durante todo o ano.
Herança inglesa e praias paradisíacas
Independente do Reino Unido desde 1966, Barbados só se tornou uma república em 2021. Dividida em freguesias, a capital Bridgetown Carrega arquitetura colonial preservada com notável herança inglesa – isso também se reflete nos carros com volante à direita.
O passado da ilha é melhor conhecido no centro da capital, uma zona que é Património Cultural da UNESCO e onde os visitantes encontram um dos parlamentos mais antigos do mundo, existente há mais de 375 anos.
Do cais da zona central partem catamarãs para diversas praias, uma das melhores formas de relaxar, nadar ao lado das tartarugas e maravilhar-se com as cores do mar. A Corridas legais é uma das mais tradicionais empresas de navegação e oferece passeios pela manhã e ao pôr do sol por entre 100 e 110 dólares barbadenses por adulto (que pode variar entre R$ 490 e R$ 540), incluindo equipamento de mergulho com snorkel, bebidas ilimitadas e buffet de comida.
A parada principal acontece em Baía de Carlisle, uma das praias mais procuradas pelas águas refrescantes com um tom azul hipnotizante. Sem ondas, tartarugas e peixes dividem o espaço com os banhistas, e alguns mergulhos além do catamarã revelam barcos naufragados que fazem o coração dos aventureiros bater mais forte.
Outro local popular é Praia de seixos, com presença mais frequente de jet skis no horizonte. Aqui está a barraca Barraca de peixes de Cuzz, um lugar super simples, mas uma parada recomendada pelos cariocas para um dos melhores petiscos da ilha. Com pagamentos somente em dinheiro físico, o único pedido é um sanduíche de peixe com queijo e alface, simples ou duplo, nada mais.
Já o Praia de Bate-Seba, na costa leste, em frente a Bridgetown, atrai surfistas por suas ondas maiores – a presença de pedras não é recomendada para banhistas, mas as vistas são de tirar o fôlego. Menos frequentada por turistas, a Praia da rua da Rainhaque conta com alguns pubs e restaurantes na região de Speightstown, possui uma faixa simples de areia com águas que combinam com o Caribe.
Comida e Carnaval: a cultura Bajan de Barbados
Uma vez na ilha, é impossível não ouvir a palavra “bajan”. Mais do que uma simples mistura entre inglês e crioulo, “Bajan” é um estilo de vida com o qual os locais se identificam, refletido tanto na gastronomia como nas festividades.
A base da culinária local são os peixes frescos o ano todo, como barracudas, pargos, mahi e peixes voadores, além dos que vêm da terra, como batata-doce e inhame. Há quem diga que o prato nacional é o cou-cou, feito com fubá cozido misturado com quiabo e água.
“A culinária Bajan é uma mistura de comida africana e europeia. A escravidão influenciou fortemente a nossa culinária e a forma como comemos”, afirma o chef local Damian Leach.
Ele comanda o Cozinha de coquetéis, um restaurante moderno em Saint Lawrence Gap, que é um bom lugar para experimentar peixes e criações locais de uma forma um pouco mais requintada. Um exemplo é o saboroso curry caribenho de frutos do mar, que, misturado às altas temperaturas da ilha, faz seu rosto suar ainda mais.
A nossa cozinha é fortemente temperada. Fazemos marinadas com manjerona, tomilho, pimenta caribenha e gengibre. Em outras palavras, não apenas salgamos, mas também apimentamos nossa carne
Damian Leach, chef local
Outros restaurantes para uma experiência gastronômica requintada em Barbados incluem O penhasco, talvez o mais luxuoso da ilha e liderado pelo famoso chef Matt Worswick; Ó Locais e companhia., que adota o conceito fazenda à mesa; e a Barbados de Hugoà beira-mar.
Na área da comida de rua são muito comuns os bolinhos de peixe frito, as carnes de porco e de frango muito temperadas e o roti (espécie de burrito de carne e batata com influência indiana). O roti pode até ser experimentado em um dos Chefeteuma rede de comida rápida exclusivo para Barbados.
Mas para provar todos os itens mencionados acima, vá até o Jardins da Baía de Oistins, que reúne vendas de comidas típicas cozidas na brasa e é bastante movimentada às sextas-feiras. O local ganha ainda mais vida durante o Festival de Comida e Rumum dos eventos mais famosos do calendário de Barbados.
Além de abrir as portas aos sabores da ilha, com a participação de empresários locais e chefs em vários endereços, o festival gastronómico é uma verdadeira festa no mês de outubro com feira, concursos, aulas de culinária, visitas a destilarias de rum – com doses generosas – e até uma festa na praia ao nascer do sol.
Repleto de músicas energéticas do gênero moitaos eventos acima também oferecem um gostinho do tradicional Carnaval da ilha, chamado Cortar. Comemorada entre julho e agosto, a festa remete ao fim da colheita da época das plantações e foi revivida entre as décadas de 70 e 80.
Seja em espaços abertos ou fechados, nas ruas ou nas praias, são inúmeras as festas ao longo de julho, todas recheadas de muita cachaça e elevando o clima. Assim como no Brasil, são lançadas músicas especiais para o período e acessórios multicoloridos com lantejoulas, lantejoulas e máscaras são quase obrigatórios.
Além da praia
As praias são importantes atrativos turísticos, mas um concorrente digno tem nome: o rum. Barbados se autodenomina o berço do destilado alcoólico de melaço, e quem estiver mais atento perceberá que a bebida está por toda parte, desde ponche de rum na praia até coquetéis em restaurantes, passando por bolos feitos com a iguaria nacional.
Para sentir e vivenciar todo esse potencial, o ideal é uma visita à fábrica Monte Gay Rumtomado como o destilaria de rum mais antiga do mundoem funcionamento desde 1703. Visitas ao local de produção, degustação, masterclasses e pacote de almoço são oferecidos entre US$ 25 e US$ 113 (R$ 124 e R$ 560) por pessoa.
A loja vende camisetas e, claro, todos os runs da marca, que oferece preços mais atrativos do que compras de última hora no aeroporto. Também vale a pena uma viagem para Abadia de São Nicolauque possui uma plantação ativa de cana-de-açúcar para produção de cachaça e abrange uma rara propriedade jacobina construída no século XVII. Jardins, fábrica, destilaria, pequeno museu e café estão entre as comodidades, com visitas que custam entre 66 e 250 dólares barbadenses (R$ 166 e R$ 615).
Deixando a cachaça de lado, seja qual for o passeio em Barbados, uma parada é certa: Antiga casa de Rihanna. Perto do centro de Bridgetown, a casa colorida não é aberta ao público, mas pode ser alugada no Airbnb. Em 2017, a antiga rua Westbury New Road passou a se chamar Rihanna Drive, completa com um monumento em homenagem à cantora e até um bar com suas letras de sucesso.
Raio X da ilha
- Qual é o idioma oficial? Inglês.
- Qual é a moeda? Dólar de Barbados, mas o dólar americano é amplamente aceito.
- Como conseguir? Para os brasileiros, os voos mais fáceis são da Cidade do Panamá e Miami, que levam entre 3h e 4h.
- Qual é a melhor época para visitar? A ilha pode ser visitada durante todo o ano. Entre dezembro e abril (alta temporada) há menos precipitação; Entre julho e novembro chove mais, mas há festas em datas diferentes.
- Onde ficar? A ilha possui uma variedade de hotéis. Os mais sofisticados são os tradicionais Colony Club, Sandy Lane Beach e Fairmont Royal Pavilion; há também o Wyndham Grand com tudo incluído e recentemente inaugurado; e o hotel boutique Coral Reef Club.
*O jornalista viajou a convite da Barbados Tourism Marketing Inc. para o Food and Rum Festival
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