O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugeriu aos representantes dos prefeitos que uma contraproposta de isenção dos municípios fosse elaborada e enviada em breve ao governo federal.
Pacheco afirmou que “estamos pressionados pelo tempo”, mas que é preciso chegar a uma “diretriz” comum como solução para a redução das tarifas previdenciárias.
Pacheco disse que terá reunião nesta terça-feira (14) com o procurador-geral da União, Jorge Messias, para discutir a isenção. O presidente do Senado não especificou se a conversa seria específica sobre a isenção dos 17 setores ou se abrangeria também a questão dos municípios.
Segundo Pacheco, o principal tema em debate é a fonte de compensação da renúncia fiscal que ocorrerá com a redução da alíquota previdenciária da prefeitura.
“Estive com o ministro Fernando Haddad no Planalto, pouco antes da reunião com Eduardo Leite, e trabalhei para encaminhar uma composição sobre todos esses pontos. Fica a questão da desoneração tributária, que pelo que entendi é um problema de falta de indicação de remuneração e fonte de receita e não de capricho do governo de não aceitar alíquota menor. Diante disso, acredito que poderíamos encaminhar a solução do acordo através de um substitutivo na PEC 66, propondo todos os itens ao governo”, afirmou.
A PEC a que Pacheco se refere é a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da renegociação das dívidas previdenciárias dos municípios. A alternativa sugerida pelo presidente do Senado é aprovar a matéria por meio desta PEC, informada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado.
A proposta chegou a estágio avançado no Senado, principalmente após uma série de negociações entre o relator e o Ministério da Fazenda. Quando pôde ser discutido no plenário, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pediu a Portinho que esperasse mais um pouco.
Ó Transmissão Política apurou que um dos motivos foi justamente o imbróglio envolvendo a isenção e a construção de uma solução que pudesse envolver esse Refis.
Em discurso durante a sessão de debate sobre a questão fiscal dos municípios, Pacheco sugeriu o aumento da alíquota previdenciária dos municípios.
“Podemos pensar em um formato que não deveria ser a retomada de 20%, como exige atualmente a decisão do STF, e que eventualmente não deveria ser de 8% para sempre. Eventualmente uma composição que possa indicar uma fonte para manter 8% este ano, assim como fez para os 17 setores”, disse.
“Uma proposta intermédia escalonada ao longo de 2024 até chegar a uma taxa em 2028, que poderá ser de 14%, 16%, 18%, é uma discussão que temos que ter, apresentando sempre a fonte de compensação”, acrescentou.
Pacheco citou algumas fontes de remuneração, mas não estimou quanto cada uma representaria.
“Um que gostaria de destacar e pedir uma avaliação ao Ministério da Fazenda são os recursos esquecidos do sistema financeiro nacional, que eventualmente podem ser considerados como fonte, que são de alguns bilhões de reais. Como créditos e depósitos judiciais onde o dono não aparece, que a gente tem muito. Como se tivéssemos a questão dos jogos (de jogos de azar), disse ele.
O presidente do Senado reforçou que era importante que os autarcas apresentassem “algo concreto e alinhado com o que o governo estava a apoiar”.
“O governo tem que concordar que ele mesmo cogitou discutir isso na Câmara dos Deputados de uma forma diferente dos 20%, já aceitou esse dimensionamento, a diferenciação, que entendo que o municipalismo não quer estabelecer. Se o governo aceitou discutir, cabe a nós apresentar uma proposta”, argumentou Pacheco.
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