Quando chamou seu novo paciente, um jovem mexicano chamado Luís, para a sala de espera de sua clínica em Pasadena, Califórnia, Lauren Cook encontrou um homem nervoso, envergonhado e envergonhado.
Luís sofria de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e, entre outros hábitos, lavava as mãos inúmeras vezes ao dia – a ponto de ficarem feridas.
“Outros pacientes já haviam descrito o TOC como se o cérebro estivesse ‘pegando fogo’ e você não tivesse um extintor por perto para apagar o fogo”, relata a psicóloga.
Luís é um dos 11 pacientes cujos casos foram notificados em Geração Ansiosa – Um guia para se manter ativo em um mundo instável. Não é de surpreender que o autor compare um ataque de ansiedade à sensação de afogamento.
Abaixo, confira a entrevista do autor à reportagem.
No livro, você compara um ataque de ansiedade à sensação de afogamento. Porque é que as gerações Y (nascidas entre 1981 e 1996) e Z (entre 1997 e 2010) têm maior probabilidade de “morrer afogadas”?
Sim, comparo um ataque de pânico à sensação de afogamento porque é algo muito assustador. Muitas pessoas sentem que estão morrendo quando têm um ataque de pânico.
As gerações Y e Z apresentam altos índices de ansiedade por vários motivos.
Muitos se sentem inseguros, enfrentam dificuldades financeiras e são inundados pelas redes sociais.
Mesmo vendo pessoas online constantemente, eles se sentem mais sozinhos e isolados.
Você diria que as gerações Y e Z são mais ansiosas que as gerações anteriores? Por que?
Aparentemente, essas duas gerações apresentam níveis de ansiedade mais elevados em comparação às anteriores.
Isto deve-se ao facto de, nas suas curtas vidas, estas duas gerações terem suportado convulsões políticas, ondas de violência – hoje em dia, qualquer pessoa pode ser vítima de um tiroteio – e sentirem-se menos esperançosas quanto ao futuro – tanto do ponto de vista do ponto de vista financeiro e no que diz respeito ao aquecimento global.
A tecnologia também desempenha um papel importante. Embora tenhamos hoje mais acesso à informação do que nunca, há também uma grande desvantagem: somos constantemente bombardeados por acontecimentos preocupantes.
Além de nos sentirmos excluídos socialmente, também sentimos que os outros estão melhor. Afinal, só vemos os seus “melhores momentos” nas redes sociais.
A ansiedade é genética (nascemos com ela) ou ambiental (aprendemos a ser)?
É uma mistura dos dois: genes e ambiente.
Embora alguns sejam mais ativados do que outros – e isso se deve ao centro do medo em nosso cérebro, a amígdala, que varia em termos de tamanho e nível de resposta – muitos sofreram traumas ou outros eventos estressantes.
Em outros casos, podemos ter sido criados em famílias onde fomos criados para nos preocuparmos excessivamente com o futuro.
Estava arraigado em nós que a preocupação era essencial para evitar armadilhas.
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