Nesta terça-feira, o nadador Bruno Fratus, bronze na Olimpíadas de Tóquio nos 50m livres, anunciou que não disputará as seletivas dos Jogos de Paris. A decisão, comunicada via Instagramlesões são o principal fator.
Segundo o nadador, devido a problemas físicos durante o ciclo não seria possível entregar seu melhor desempenho.
“Tudo isso impossibilitou a preparação para me colocar em posição competitiva em Paris agora, há menos de 100 dias. Por mais difícil que seja, optei por não competir nas seletivas olímpicas na próxima semana e consequentemente não estarei em Paris”, explicou.
Fratus, acompanhando o comunicado, destaca que não se trata de uma aposentadoria, mas sim de um hiato na carreira para cuidar da saúde.
“Quero dizer que tudo isso não faria sentido sem vocês e por fim dizer que esta não é uma mensagem de aposentadoria, mas sim de um breve hiato. Com toda essa situação veio a urgência de cuidar mais de mim, de levar o atleta e o foco na atuação e no cuidado do ser humano por trás de tudo”, completou.
O medalhista olímpico, por fim, garantiu que, mesmo decepcionado por não participar, estará torcendo pelos atletas brasileiros em Paris.
“E, mesmo que me doa – muito – não poder estar lá, estarei aqui, torcendo como sempre por todos que estarão lá competindo e representando o nosso país”, finalizou.
Natural do Rio de Janeiro, Bruno Fratus, de 34 anos, tem sete medalhas no Pan-Americano (cinco de ouro e duas de prata), quatro medalhas em Copas do Mundo (três de prata e uma de bronze) e uma de bronze em Jogos.
Confira a nota de Bruno Fratus na íntegra:
Quem me acompanha mais de perto viu ao longo dos últimos meses que tenho lidado com lesões, cirurgias e MUITA fisioterapia e é inegável que tudo isso tem impactado na regularidade dos treinos e competições.
Treino desde os 11 anos e depois de três ciclos olímpicos consecutivos – sendo os dois últimos bem atípicos – meu corpo pediu ar.
Nos últimos 18 meses foram quatro cirurgias, inúmeras sessões de fisioterapia, mas apesar de todo o esforço na reabilitação, muito tempo fora da água também.
Tudo isto tornou impossível preparar-me para me colocar numa posição competitiva em Paris agora, há menos de 100 dias.
Por mais difícil que seja, optei por não disputar as seletivas olímpicas na próxima semana e consequentemente não estarei em Paris.
É difícil transmitir uma mensagem tão pessoal, baseada em sentimentos e situações tão íntimas, ainda mais ceder à superficialidade do formato desta rede social. Sinceramente, prefiro estar conversando com cada um de vocês, olho no olho, e agradecer o apoio incondicional de todos que me acompanharam e enviaram mensagens de incentivo ao longo de todo esse ciclo.
Quero dizer que tudo isso não faria sentido sem vocês e finalmente dizer que esta não é uma mensagem de aposentadoria, mas sim de um breve hiato.
Com toda essa situação veio a urgência de cuidar mais de mim, tirar o atleta e a performance do foco e cuidar do ser humano por trás de tudo isso.
Saúde é conversa séria.
Depois de três Olimpíadas, não faria sentido ir a Paris, vestir o uniforme brasileiro, sem a plena convicção de que tenho condições de lutar pela corrida.
Time Brasil, também é conversa séria.
E, mesmo que me doa – muito – não poder estar lá, estarei aqui, torcendo como sempre por todos que estarão lá competindo e representando nosso país.
Quero agradecer ao apoio incondicional do COB, do meu clube, o Pinheiros, e de todos os meus patrocinadores e apoiadores que conseguem ver o ser humano por trás do atleta e compartilham dos mesmos valores e sentimentos que eu.