O conselho de administração da Petrobras se reúne nesta sexta-feira (24) para votar a indicação de Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para a presidência da estatal.
A reunião começa pela manhã e pode durar o dia todo. Magda deverá participar da reunião assim que for eleita vereadora.
Segundo fontes, não deverá haver resistência ao nome do executivo.
O nome foi indicado pelo Ministério de Minas e Energia no dia 14, mesma data do anúncio da destituição de Jean Paul Prates do cargo após decisão do governo Lula. O ex-senador está no comando da estatal desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro de 2023.
A indicação de Magda foi aprovada pelo comitê de gente da estatal nesta quarta-feira (22), após análise de potenciais conflitos de interesse e preparação do indicado para assumir o comando da maior estatal do país.
A Política de Indicação de Membros da Alta Administração e do Conselho Fiscal foi reformada em outubro de 2023. Ela prevê que os indicados para cargos como conselheiro e presidente devem ter inglês fluente, pós-graduação, experiência de liderança de 36 meses e conhecimento técnico na área de atividade.
Além da presidência, caso seja aprovada, Magda também terá assento no conselho de administração da empresa.
A saída de Prates foi oficializada no dia 15, com a nomeação de Clarice Coppetti, diretora executiva de Assuntos Corporativos, como presidente interina.
Quem é Magda Chambriard
Magda Chambriard formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1979.
Ela é mestre em Engenharia Química pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa (Coppe) e foi aluna do setor de ensino da Petrobras Rio em 1980, ano em que ingressou pela primeira vez na estatal.
Magda trabalhou pouco mais de 22 anos na Petrobras. Foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre 2012 e 2016, durante os governos dos ex-presidentes Dilma Roussef e Michel Temer.
O órgão regulador da Petrobras monitora a cadeia da indústria de biocombustíveis, gás natural e petróleo no Brasil. Antes de se tornar diretora, foi conselheira e superintendente.
Foi membro do Conselho de Administração do Pré-Sal entre 2013 e 2016, bem como membro do conselho de administração da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) durante 2010 e 2016. Também participou como consultora de energia na Fundação Getúlio Vargas por pouco mais de cinco anos, entre 2017 e 2023.
Como diretora-geral da ANP, Magda foi responsável pela abertura de leilões de exploração de petróleo e gás natural, como em 2015, quando o Estado ofereceu. Na época, ela afirmou que os investimentos poderiam ajudar a reduzir as desigualdades regionais no país.
Mais de 200 blocos foram ofertados para exploração em 12 estados brasileiros na 13ª rodada de licitações —para Magda, a ampliação permitiria descentralizar os investimentos.
“O que construímos até agora marca o nosso país como um dos ambientes regulatórios mais confiáveis e estáveis do sector petrolífero, o que para nós é uma boa indicação para os investidores que acreditam no nosso país”, declarou na altura.
Uma das principais pautas durante sua gestão na ANP foi a nova distribuição dos royalties do petróleo. A divisão reduziu parte do volume da União de 50% para 40%.
*Com informações de Pedro Duran e Maria Clara Matos, da CNN
Compartilhar: