O câncer de pele corresponde a cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil e cerca de 185 mil novos casos são registrados a cada ano no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Existem três tipos principais de câncer de pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Cada um possui características específicas e as diferenças estão relacionadas à origem celular, potencial de metástase e agressividade.
Identificar precocemente os sinais do câncer de pele é importante para um tratamento mais eficaz e maiores chances de cura. Veja abaixo detalhes sobre cada um desses três tipos de câncer de pele.
Carcinoma basocelular
É o tipo mais comum e menos agressivo. Geralmente aparece como uma pequena lesão ou nódulo perolado, que pode sangrar. Também pode aparecer como uma mancha avermelhada ou cicatriz com bordas irregulares.
Embora cresça lentamente, pode invadir tecidos adjacentes se não for tratada, causando deformidades. Raramente metastatiza, ou seja, se espalha para outras partes do corpo.
“O sinal de alerta é quando temos uma ferida que não cicatriza em quatro semanas. Os carcinomas ocorrem mais em áreas expostas ao sol, sendo que 70% a 90% dos casos ocorrem na face”, explica Bethânia Cabral Cavalli Swiczar, dermatologista responsável pelo Ambulatório de Câncer de Pele do Hospital Público do Estado de São Paulo (HSPE).
Carcinoma de células escamosas
Mais agressivo que o anterior, o carcinoma espinocelular também aparece com maior frequência em áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço e mãos. As lesões são geralmente caracterizadas por nódulos ou placas verrucosas que podem sangrar.
Este tipo de câncer tem maior probabilidade de se espalhar para outros órgãos, especialmente se não for tratado precocemente. A exposição solar crônica e a presença de feridas crônicas são fatores de risco.
“O carcinoma espinocelular, por sua vez, muitas vezes se manifesta como uma ferida com crosta, uma verruga ou uma mancha escamosa e avermelhada que não melhora”, acrescenta Daniélle Amaro, oncologista.
Melanoma
Este é o tipo mais perigoso de câncer de pele, responsável pela maioria das mortes relacionadas à doença. O melanoma pode surgir de uma verruga existente ou que parece nova na pele. Essas pintas normalmente apresentam bordas irregulares, crescimento rápido e coloração variada (preta, marrom, vermelha ou branca).
A regra ABCDE é usada pelos médicos para identificar o melanoma:
- A- Assimetria
- B- Bordas irregulares
- C- Cor – manchas com mais de uma cor
- D- Diâmetro maior que 0,6 cm
- E-Evolução – pontos que estão crescendo e se transformando. Além disso, devemos ter cuidado com novas toupeiras, principalmente com pessoas com mais de 35 anos.
Altamente agressivo, pode metastatizar, ou seja, espalhar-se rapidamente para outros órgãos. Alguns fatores de risco para esse tipo de câncer incluem histórico familiar, queimaduras solares intensas e múltiplas manchas.
Tratamento
O sucesso do tratamento depende do tipo de câncer e do estágio em que é diagnosticado. Lesões detectadas precocemente têm maior chance de cura, principalmente nos casos de carcinoma basocelular e espinocelular.
“O carcinoma basocelular é comumente tratado por meio de cirurgia, raspagem da lesão, eletrocauterização, crioterapia ou tratamentos tópicos. A radioterapia também pode ser uma opção em alguns casos, principalmente em lesões que sangram com frequência. O carcinoma espinocelular é tratado de forma semelhante, sendo a cirurgia a primeira linha de defesa, que também pode incluir radioterapia e, em casos mais avançados, terapias sistêmicas como quimioterapia, imunoterapia e terapia direcionada”, detalha Amaro.
O melanoma, devido à sua agressividade, necessita de tratamento mais abrangente, que pode incluir cirurgia, imunoterapia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do estágio do câncer.
A prevenção é o melhor remédio
Segundo especialistas ouvidos pelo CNNalgumas ações preventivas são essenciais para reduzir o risco de câncer de pele e por isso são recomendadas consultas regulares com um dermatologista para avaliações da pele, principalmente para pessoas de maior risco, como aquelas com histórico familiar de câncer de pele ou múltiplas manchas.
Para prevenir o câncer de pele é fundamental adotar medidas de proteção, como o uso regular de protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 50 ou superior e evitar a exposição solar entre 10h e 16h, quando os raios ultravioleta (UV) são mais intensos.
Além disso, é recomendado o uso de roupas de proteção, como chapéus, óculos escuros e roupas que cubram a pele, principalmente no caso de profissionais que ficam expostos ao sol por um longo período de tempo durante sua atividade laboral.
“Deve-se evitar o uso de camas de bronzeamento artificial e realizar exames regulares da pele, tanto autoexames quanto consultas periódicas com dermatologista para detecção precoce de lesões suspeitas”, detalha Amaro.
Além disso, pessoas com pele, olhos e cabelos claros, que possuem menor quantidade de melanina (pigmento da pele), são mais vulneráveis à radiação UV.
“Os pacientes mais idosos, que acumulam mais danos causados pela exposição solar ao longo da vida, também fazem parte desta população mais vulnerável”, acrescenta Swiczar.
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