A cidade de Canoas (RS), na região metropolitana de Porto Alegre, concentra menos de 3,2% da população gaúcha. Segundo o Censo 2022, são 347.657 canoanos contra 10.882.965 gaúchos. Mesmo assim, a cidade, a terceira mais populosa do estado, responde por quase 27% do total de desabrigados pelas consequências das chuvas que atingiram o estado.
As informações estão disponíveis em um plataforma que o governo do Rio Grande do Sul disponibilizou nesta terça-feira (14), na internet. E dá uma ideia do desafio que Canoas e outros municípios atingidos pelos efeitos adversos das chuvas recentes (enchentes, alagamentos, enchentes, deslizamentos, deslizamentos de terra, etc.) enfrentam.
Produzida pela Escola de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul (EdSocial), a ferramenta contém dados atualizados dos cerca de 830 abrigos que funcionam em 93 cidades gaúchas. Até as 14h30 desta terça, esses espaços já haviam recebido 79.494 moradores de rua – 21.294 deles só em Canoas, onde há 80 abrigos em funcionamento.
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Cidade mais populosa do estado, com pouco mais de 1,33 milhão de habitantes, a capital, Porto Alegre, contava com 14.313 pessoas espalhadas por 167 abrigos, o que representa 18% do total de abrigados de todo o Rio Grande do Sul. A segunda cidade mais populosa, Caxias do Sul, que tem 463.501 habitantes e declarou estado de calamidade pública no dia 2 de maio, tem apenas 42 moradores de rua.
Ao todo, a região metropolitana de Porto Alegre responde por 60,67% do total de pessoas em abrigos. A região é formada por 11 municípios: Canoas e Porto Alegre, além de Guaíba; Gravataí; Cachoeirinha; Sapucaia do Sul; Eldorado do Sul; Esteio; Nova Santa Rita; Viamão e Alvorada. Ainda em termos regionais, quase 28% das pessoas atingidas pela tragédia ambiental que tiveram que ir para abrigos estão nos vales dos Sinos (17.403) e Taquari (4.739). Só na cidade de São Leopoldo, no Vale dos Sinos, pelo menos 13.907 foram encaminhadas para um dos 93 abrigos em funcionamento, o que corresponde a quase 80% de todos os moradores de rua da região.
Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sede), a ferramenta será atualizada diariamente, com dados fornecidos pelas prefeituras. Segundo o secretário adjunto do departamento e coordenador do Observatório Social do EdSocial, Gustavo Saldanha, a plataforma dá mais transparência às informações sobre os abrigos.
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Segundo o secretário, o monitoramento das instalações vem sendo feito “desde o segundo dia dos eventos climáticos, com o objetivo de identificar o número de municípios que possuem abrigos e [o total] de abrigos, bem como uma ideia da quantidade de pessoas nesses abrigos. O objetivo é ter uma ideia do tamanho e localização desses espaços.”