O aumento das suspeitas de violência contra os sem-abrigo é um reflexo da mudanças nos protocolos do departamento para atendimento a essa população, disse ele CNN O secretária executiva do Ministério dos Direitos Humanos, Rita Cristina de Oliveira.
Os casos aumentou 24% entre janeiro e abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento do ministério.
Por meio de denúncias no “Disque 100”, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos registrou 6.177 violações contra essa parcela da população. No mesmo período do ano passado foram registradas 4.962 reclamações.
No ano passado, um protocolo específico para denúncia de violência contra moradores de rua por meio de contato telefônico.
Formada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Rita Cristina de Oliveira é especialista em Direito Público pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisa e Defensora Pública Federal desde 2013.
A CNN, o secretário executivo da secretaria falou sobre a pesquisa e detalhou as ações do ministério voltadas à população em situação de pobreza. Confira abaixo:
CNN: Como o ministério avalia o aumento de suspeitas de violência contra a população em situação de rua?
Rita Cristina: É importante dizer que o ministério criou, no ano passado, um canal de denúncias, com protocolo específico para a população em situação de rua, para receber denúncias de violações de direitos humanos contra a população em situação de rua.
E esse protocolo foi amplamente divulgado junto com informações sobre possíveis violações que afetam essa população. Este investimento na melhoria do canal de denúncias, na formação dos atendentes para reconhecer situações de infrações ao ligar para o 100 e também na informação mais qualificada que foi divulgada à população em geral explica este aumento.
Ou seja, essas pessoas foram mais vistas e as violações a que são submetidas estão sendo mais vistas pela população em geral e isso justifica a utilização do canal de denúncias em maior número.
Rita Cristina de Oliveira
Além disso, houve também um investimento do governo Lula na regulamentação da lei contra a arquitetura hostil e também na divulgação de informações sobre situações de aporofobia — que é justamente essa violação de direitos humanos mais direcionada à população em situação de rua, com diversas ações discriminatórias, restrições indevidas à direitos, especialmente no uso do espaço urbano.
CNN: O canal de reportagens “Disque 100” já existia anteriormente. Qual foi a mudança promovida no ano passado?
Rita Cristina: Na verdade, o que criamos é um tronco de serviço específico. Assim, a pessoa continua discando 100, mas lá terá a opção de direcionar sua demanda para uma denúncia de violações contra a população em situação de rua.
Também existe um protocolo específico, os atendentes são treinados para identificar esse tipo de violação.
E quando falamos de violações contra a população em situação de rua, geralmente estamos falando de reivindicações que vêm da sociedade civil porque é muito difícil para o próprio morador de rua conseguir acionar o canal.
CNN: Quais têm sido as ações do departamento para promover a segurança dessa população?
Rita Cristina: No ano passado, o governo Lula, através do nosso ministério, lançou o plano “Ruas Visíveis”. É um plano interministerial, com centenas de ações dirigidas à população em situação de rua, envolvendo 11 ministérios, nas áreas de saúde, assistência social, segurança alimentar, educação, cultura, cidadania, combate à violência institucional e habitação.
No que diz respeito principalmente às situações de violência, nosso investimento é na capacitação dos agentes públicos que atendem a população em situação de rua, para que não reproduzam a violência, para que prestem um atendimento mais humanizado a essa população.
Para tal, lançámos um guia de formação e um guia de avaliação para cuidados institucionais. O guia é feito em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), está disponível em plataformas e já foi disponibilizado para diversos gestores públicos capacitarem seus agentes, também na modalidade de curso a distância.
Em conjunto com o Ministério da Justiça, criamos um protocolo de combate à violência institucional contra a população em situação de rua, que também está sendo aplicado em treinamentos, especialmente para forças de segurança, guardas municipais, policiais militares, em conjunto com a Fiocruz. Em vários municípios já estamos oferecendo esses cursos de formação para esses agentes.
Isso também, de certa forma, explica o maior número de denúncias, porque estamos capacitando agentes públicos para identificar violações de direitos humanos contra a população em situação de rua.
CNN: Uma das metas estabelecidas no programa trata da criação de kits de dignidade menstrual para essa população e tinha prazo até junho. Como é essa ação?
Rita Cristina: Os kits de dignidade menstrual já fazem parte do programa Farmácia Popular. Assim, qualquer pessoa cadastrada no CadÚnico pode ir até uma farmácia popular e adquirir esses kits.
Para a população em situação de rua, sabemos que há maior dificuldade de acesso porque muitos não são cadastrados no CadÚnico e às vezes também têm medo de entrar na farmácia.
Então estamos conversando com o Ministério do Desenvolvimento Social para oferecer esses kits nos Centros de Referência de Atendimento à População em Situação de Rua, centros de referência nos próprios municípios.
Então estamos fazendo um acordo interfederativo para viabilizar o acesso a esses kits. Mas a expectativa é que concluamos isso o mais rápido possível.
CNN: O programa também propõe uma campanha educativa contra a aporofobia, prevista para julho. Esta campanha já ocorreu ou está agendada no calendário?
Rita Cristina: Está previsto no calendário, estamos negociando com a Secom. Na verdade, a campanha tem duas frentes: uma para realmente conscientizar a população sobre as violações a que estão expostas as pessoas que vivem nas ruas, e para que também possam identificá-las, e outra relacionada à identificação de arquiteturas hostis, que é essa construção hostil no espaço público, que foi regulamentada pela lei Padre Júlio Lancelotti, depois por decreto regulamentador do presidente Lula.
Essa campanha é uma parceria com o Ministério das Cidades e ainda estamos definindo a data de lançamento, pois está sendo formulada uma cartilha que também orientará como essa campanha será realizada nos municípios.
Em relação à campanha de violência institucional, já temos material, mas ainda estamos negociando o lançamento, porque há uma série de campanhas governamentais. Mesmo para que não concorram entre si, estamos negociando uma data de lançamento.
Compartilhar:
bmg consultar proposta
banco bmg brasilia
bmg aracaju
emprestimos funcionarios publicos
qual o numero do banco bmg
simulador empréstimo consignado servidor público federal
whatsapp do bmg
telefone bmg 0800
rj emprestimos
melhor emprestimo consignado
simulador emprestimo funcionario publico
consignado publico