A Prefeitura de Santa Maria realiza nesta quarta-feira (10) um evento para marcar o início da construção de um memorial no local da Boate Kiss, boate que pegou fogo em janeiro de 2013 e deixou 242 mortos.
Durante o evento, a sinalização e a porta principal serão retiradas. No primeiro dia, as obras devem prosseguir até às 17h, com previsão de retomada no dia seguinte.
“Desfaça a ruína e construa memória! E é isso que começaremos a fazer com o início das obras do memorial às vítimas da Boate Kiss, nesta quarta-feira, 10 de julho, às 9h, onde ficava a boate. O memorial é um símbolo para que não esqueçamos a madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. Precisamos lembrar para que isso nunca mais aconteça”, escreveu o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, em rede social.
Como foi o tragédia
Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas após um incêndio na Boate Kiss. O uso de artefatos pirotécnicos dentro da boate teria provocado o incêndio.
Na ocasião, faíscas liberadas pelos sinalizadores, após serem acionados, atingiram a espuma isolante acústica localizada no teto do local, o que fez com que o fogo se espalhasse rapidamente, gerando uma espécie de fumaça tóxica. A maioria das vítimas morreu sufocada pela fumaça. Desde então, a fatalidade é considerada a maior tragédia do Rio Grande do Sul e a segunda maior do país em número de vítimas em um incêndio.
Como será o trabalho?
Nas primeiras etapas da obra, serão recolhidos no local alguns itens que farão parte do acervo do memorial. A remoção da cobertura e abertura de espaço na fachada para acesso a máquinas e equipamentos também farão parte das etapas iniciais.
Em 2018, por meio de concurso nacional de arquitetura, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) do Rio Grande do Sul, foi escolhido o projeto arquitetônico do Memorial. Entre 121 propostas, a escolhida foi a do arquiteto Felipe Zene Motta, da empresa Motta e Zene Engenharia e Arquitetura, de São Paulo.
A empresa INFA Incorporadora Farroupilha, de Triunfo, foi a grande vencedora responsável pela execução da obra. A construção, orçada em cerca de R$ 5 milhões, será paga com recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Danificados (FRBL), do MPRS – que em maio de 2023 oficializou o repasse de R$ 4 milhões. O valor restante deverá ser custeado pela Prefeitura de Santa Maria.
A estrutura contará com um jardim circular naturalista e um auditório. Ao seu redor estarão 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima da tragédia.
Com aproximadamente 383,65 m², além do jardim e auditório, a área terá piso único com sala de escritório, espaço multiuso, banheiros masculino e feminino, acesso ao auditório, arrecadação, área técnica e varanda.
* Sob supervisão
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