Manifestantes venezuelanos se reuniram em frente ao parlamento espanhol nesta terça-feira (10), enquanto parlamentares espanhóis debatiam uma moção simbólica para reconhecer Edmundo González como vencedor das eleições na Venezuela. A expectativa é que a moção seja aprovada na quarta-feira (11).
A oposição da Venezuela afirma que as eleições de julho resultaram numa vitória retumbante de González e publicou online contagens de votos que dizem mostrar que ele venceu.
O presidente Nicolás Maduro rejeitou todas estas alegações e diz que houve uma conspiração de direita para sabotar o seu governo.
O opositor venezuelano exilado Antonio Ledezma disse que González, que não é visto em público desde que voou para a Espanha no domingo (8), estava “seguro, livre e vivo” e “estabilizando-se” após alguns dias intensos.
“O mais importante é que ele esteja vivo para poder chegar ao dia 10 de janeiro e tomar posse”, afirmou.
Ledezma, ex-líder da oposição venezuelana e ex-prefeito da metrópole de Caracas, disse que a fuga de Gonzalez fortaleceria sua causa. “Edmundo será livre, não ficará confinado entre quatro paredes, como na Venezuela, e poderá liderar a luta pela liberdade da Venezuela liderando a diáspora.”
O exilado Leopoldo Lopez, que foi preso em 2014 por liderar protestos contra Maduro antes de ser libertado em 2017 e se mudar para a Espanha, pediu que o petróleo e sanções individuais fossem aplicadas ao governo de Maduro pelos EUA e pela União Europeia.
“Hoje Maduro tem uma linha de oxigénio por causa das licenças que permitiram às empresas americanas e europeias extrair e vender petróleo venezuelano a preço integral”, disse ele.
Várias centenas de pessoas, incluindo a filha de González, Carolina González, reuniram-se em frente ao parlamento espanhol em Madrid com bandeiras venezuelanas, gritando “Brava Venezuela” e “Edmundo, presidente”.
Ela leu uma mensagem de seu pai dizendo que continuaria lutando.
“Garanto que essa luta continuará até atingirmos nossos objetivos, até o fim… Não desanime, não vou decepcioná-lo”, disse ela, citando-o.
O governo espanhol não reconheceu um vencedor nas eleições venezuelanas, mas solicitou a publicação da contagem dos votos, em linha com a posição da União Europeia.
“(Continuaremos) trabalhando em soluções para melhorar a democracia na Venezuela e, claro, aprovar o asilo solicitado por Edmundo González e sua esposa”, disse a porta-voz Pilar Alegria.
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