A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, disse nesta quinta-feira (5) que os Estados Unidos deveriam fazer “muito mais” para pressionar o presidente Nicolás Maduro em meio à crise das eleições presidenciais de julho no país sul-americano. .
“Certamente acho que os Estados Unidos deveriam fazer muito mais e tenho sido muito claro com eles e com outros países”, disse Machado numa conferência de imprensa online, acrescentando que existem mecanismos internacionais para punir aqueles que violam os direitos humanos.
O fim do governo Maduro também seria vantajoso para investidores e credores internacionais, segundo o opositor. As estimativas de quanto a Venezuela deve aos credores variam entre 60 mil milhões de dólares e 150 mil milhões de dólares.
“As empresas devem compreender que é do seu interesse, bem como dos credores da Venezuela, que uma transição prossiga o mais rapidamente possível e não apoie o regime”, disse Machado.
Comunidade internacional pressiona Venezuela
A autoridade eleitoral nacional da Venezuela e o mais alto tribunal do país declararam que o presidente Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições com pouco mais de metade dos votos, mas os registos da oposição mostram a vitória do seu candidato, Edmundo Gonzalez.
A oposição, alguns países ocidentais e organismos internacionais, como um painel de peritos da ONU, destacaram que a votação não foi transparente e exigiram a publicação da contagem completa. Algumas nações denunciaram abertamente o que chamaram de fraude.
Como medida punitiva inicial, os Estados Unidos elaboraram uma lista de cerca de 60 funcionários do governo venezuelano e seus familiares que poderiam enfrentar sanções, disseram duas fontes à Reuters no mês passado. No entanto, ainda não foram tomadas quaisquer medidas nesse sentido.
Críticas ao mandado de prisão
Muitos países, incluindo os EUA, também criticaram um mandado de prisão emitido contra Gonzalez após semanas de comentários de funcionários do governo Maduro de que Gonzalez e outros membros da oposição deveriam ir para a prisão.
O governo da Venezuela chama a oposição de movimento fascista aliado às forças imperialistas no exterior e culpa-a pelas mortes nos protestos após as eleições. Os opositores acusam o governo de realizar uma campanha de repressão.
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