Prisioneiros armados com facas, que se identificaram como militantes do Estado Islâmico, realizaram nesta sexta-feira (23) um ataque mortal contra guardas de uma colônia penal russa e fizeram reféns, segundo a imprensa estatal e meios de comunicação ligados aos serviços. de segurança.
Num vídeo publicado pelo canal de notícias Mash, três agentes penitenciários uniformizados podiam ser vistos deitados imóveis em poças de sangue no chão, um deles com a garganta cortada. Outro estava sentado à porta, onde um homem com uma faca o segurava pelo pescoço.
A mídia estatal russa disse que pelo menos um funcionário da prisão foi morto, mas o vídeo sugeria que o número de mortos era quase certamente maior.
Um dos agressores gritou no vídeo que eram “mujahideen” do Estado Islâmico e que tinham assumido o controlo da prisão na região de Volgogrado.
O presidente Vladimir Putin disse em comunicado televisionado que havia sido atualizado pelo chefe do serviço penitenciário.
Putin, numa reunião semanal do seu Conselho de Segurança, não fez comentários sobre a situação em curso, mas disse que queria ouvir a opinião do Ministro do Interior e do chefe do serviço de segurança do FSB.
O serviço penitenciário afirmou em comunicado: “Durante sessão de comissão disciplinar, os condenados fizeram reféns funcionários da instituição penal. Atualmente estão sendo tomadas medidas para libertar os reféns. Existem vítimas.”
A prisão é designada como colónia penal de “regime severo”, com capacidade para albergar até 1.241 reclusos do sexo masculino.
Fotos e vídeos que circulam nas redes sociais parecem mostrar quatro agressores. Sites de notícias disseram que eles foram confinados em um bloco de prisão e imagens os mostraram andando em um grande pátio.
Um funcionário da prisão, com o rosto coberto de sangue, podia ser visto com eles no pátio, com as mãos amarradas nas costas.
As demandas dos homens não eram claras. Um deles disse no vídeo que agiu “impiedosamente” em resposta aos alegados maus-tratos a prisioneiros muçulmanos.
Sites de notícias com ligações no sector da segurança publicaram os nomes dos quatro alegados agressores, identificando-os como cidadãos do Uzbequistão e do Tajiquistão. Não houve confirmação oficial de suas identidades e motivos.
A Rússia, cujas agências de defesa e segurança estão fortemente focadas na guerra na Ucrânia, sofreu um recente aumento nos ataques de militantes islâmicos.
Em Junho, ocorreu um motim sangrento numa prisão ligada ao Estado Islâmico na região de Rostov, onde forças especiais mataram a tiro seis reclusos que tinham feito reféns.
Mais tarde, naquele mesmo mês, pelo menos 20 pessoas foram mortas em ataques a tiros em duas cidades do Daguestão, uma região de maioria muçulmana no sul da Rússia.
Em Março, o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por um ataque no qual homens armados invadiram a sala de concertos Crocus City, perto de Moscovo, dispararam contra o público com armas automáticas e incendiaram o edifício, matando mais de 140 pessoas.
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