O presidente da Argentina, Javier Milei, pretendia usar o evento comemorativo da Revolução de 1810, neste sábado (25), em Córdoba, como um marco para as mudanças que pretende implementar no país. Seria chamado de “Pacto de Maio”, com o anúncio de 10 políticas de Estado baseadas nas mudanças previstas na Lei Básica em tramitação no Congresso. Porém, a demora na votação do texto no Senado obrigou o presidente a recuar, que agora tratará a data simplesmente como o tradicional Dia da Pátria.
Ele reconheceu isso em entrevista na noite desta quinta-feira (23), em entrevista ao canal Todo Notícias (TN). “Não haverá Pacto de Maio porque não haverá Lei Básica”, declarou.
Para ele, o megaprojecto em análise no Senado constitui o que seria “um primeiro marco” na gestão do presidente libertário e a sua aprovação permitiria avançar para uma nova fase do seu plano económico. Contudo, uma possível rejeição pelo Congresso poderá levar a uma forte revisão interna dos planos, com impactos até na formação do gabinete nacional.
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“Quando você tem sucesso, você tem marcos. Nosso primeiro marco na gestão terminaria com o desfecho da Lei Básica”, disse em outra entrevista, ao canal LN+. Ou seja, para cada cenário, o presidente disse que será feita uma “avaliação de resultados”, o que poderá levar à saída de ministros.
Ao longo de quinta-feira, especularam-se sobre a saída do chefe da Casa Civil, Nicolas Posse. Mas o presidente disse que não só ele será alvo, mas “todos os ministros estão sob análise”.
Caso a lei seja aprovada, porém, Milei promete que o ex-presidente do BC Federico Sturzenegger, seu principal assessor em assuntos econômicos, se juntará ao time de ministros.
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O presidente disse ao LN+ que, mesmo com a rejeição da legislação, o país conseguiria avançar. “Obviamente, em vez de baixar mais rápido a inflação, ela vai cair mais devagar”, ponderou.
Embora tenha dito que enfrentará uma derrota como parte da “lógica do sistema democrático”, destacou que algumas pessoas “não querem que a Argentina se saia bem porque, se correr bem, implicará um fracasso naquilo que pretendem”. pensaram durante toda a vida”.
Sobre a recente alta do preço do “dólar azul”, câmbio paralelo da moeda americana mais utilizada na Argentina, ele negou que isso signifique uma “taxa de câmbio”. Segundo ele, para que isso aconteça é preciso “ter pesos na rua”, algo que não acontece. Ele afirmou estar tranquilo “porque temos equilíbrio fiscal e estamos avançando na limpeza do Banco Central”.