Os bombardeios de tanques e ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 37 palestinos perto de Khan Younis, disseram médicos de Gaza na segunda-feira, depois que Israel emitiu novas ordens de evacuação para alguns bairros.
Palestinos foram mortos por tiros de tanques na cidade de Bani Suhaila e em outros locais a leste da cidade de Khan Younis, no sul do enclave, e a área também foi bombardeada pelo ar, disseram.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que os mortos incluíam várias mulheres e crianças e que dezenas de outras pessoas ficaram feridas pelo fogo israelense. O ministério de Gaza não faz distinção entre militantes e civis nos seus registos de mortes.
Cerca de 400 mil pessoas vivem nas áreas visadas e dezenas de famílias começaram a abandonar as suas casas, disseram autoridades palestinianas, acrescentando que não lhes foi dado tempo para partir antes do início dos ataques israelitas.
Algumas famílias fugiram em carroças puxadas por burros, outras a pé, carregando colchões e outros pertences.
No Hospital Nasser, algumas pessoas ficaram do lado de fora do necrotério para se despedir de parentes falecidos.
“Estamos cansados, estamos cansados em Gaza, todos os dias os nossos filhos são martirizados, todos os dias, todos os momentos. Este é o sangue dos nossos filhos, ainda não secou”, declarou Ahmed Sammour, que perdeu vários familiares nos bombardeamentos israelitas no leste de Khan Younis.
“Ninguém nos disse para sair. Eles derrubaram quatro andares sobre os civis… e os corpos que conseguiram alcançar, levaram para a geladeira (necrotério)”, acrescentou Sammour.
Não houve comentários imediatos de Israel sobre os ataques a leste de Khan Younis.
Pedidos de retirada
Anteriormente, um comunicado militar israelense disse que as novas ordens de retirada foram dadas devido a novos ataques de militantes palestinos, incluindo foguetes disparados das áreas-alvo no leste de Khan Younis. As ordens não incluíam instituições de saúde, disseram os palestinos.
Os militares disseram que estavam ajustando os limites de uma zona humanitária em Al-Mawasi – a oeste de Khan Younis – para manter a população civil longe das áreas de combate com militantes palestinos liderados pelo Hamas.
Os palestinianos, as Nações Unidas e as agências de ajuda internacionais afirmaram que já não existe lugar seguro em Gaza. No início de Julho, dezenas de palestinianos foram mortos em ataques israelitas separados na área de Al-Mawasi, designada para fins humanitários.
Israel disse que estes ataques tiveram como alvo militantes armados, incluindo alguns dos principais comandantes militares do Hamas. As autoridades palestinas consideraram essas alegações falsas e disseram que foram usadas para justificar os ataques.
Mais tarde na segunda-feira, as autoridades de saúde do Hospital Nasser em Khan Younis pediram aos residentes que doassem sangue devido ao grande número de vítimas que eram levadas às pressas para o centro médico.
“Uma família, incluindo crianças, foi dilacerada enquanto dormiam”, disse um homem que chegou ao hospital numa ambulância com os corpos.
Israel prometeu erradicar o Hamas depois que os militantes mataram 1.200 pessoas e fizeram mais de 250 reféns em um ataque em 7 de outubro de 2023, segundo registros israelenses.
O número de mortos entre palestinos devido à ofensiva retaliatória de Israel atingiu desde então pelo menos 39.006, disseram as autoridades de saúde de Gaza.
Quase toda a população de Gaza foi deslocada em meio à nova ofensiva israelense
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